Cadeias globais de valor: o caso do Brasil

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Cadeias globais de valor: o caso do Brasil

Cadeias globais de valor: o caso do Brasil

O padrão de comércio internacional transformou-se notavelmente nos últimos 25 anos. As empresas hoje distribuem suas operações pelo mundo – desde o projeto dos produtos até a fabricação das peças, sua montagem e comercialização. Isso tem contribuído para a formação de cadeias internacionais de produção, que têm alterado o processo produtivo e os modelos comerciais no mundo.

Com efeito, o surgimento das CGVs desencadeou um forte aumento do fluxo comercial de bens intermediários, que atualmente representam mais da metade dos bens importados pelas economias que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e quase três quartos das importações dos países em desenvolvimento de maior porte, como Brasil e China.

O Brasil tem participação modesta na integração das redes internacionais de produção, que podem melhorar a produtividade e reduzir custos, mostra o Relatório Mundial de Comércio 2014, publicado pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A situação é mais preocupante porque a fragmentação da produção mundial se acelerou e envolve mais países em desenvolvimento. A expansão das redes globais de valor é uma das quatro grandes tendências do comércio mundial.

Segundo a OMC, o Brasil dividia com Argentina e África do Sul a “lanterna” entre as maiores economias na participação nessas redes, que também ajudam na transferência de tecnologia e conhecimento. Apenas 40% da produção de bens e serviços no país tinham envolvimento com as redes globais.

Segundo o relatório, os países mais integrados nessas cadeias são Taiwan, com integração de 75%, Cingapura e Filipinas. Na avaliação da OMC, países com maior participação nas redes globais de valor, ilustradas por mais exportação de bens intermediários, têm maior taxa de crescimento econômico.

Os dados são do período 1995-2008, mas alguns analistas acham que a situação nos emergentes não mudou significativamente desde então. Marcelo Olarreaga, professor da Universidade de Genebra, mencionou vários estudos que confirmam que o numero de companhias exportadoras no Brasil continua baixo, e, portanto, a economia permanece pouco integrada à economia mundial.

“A evidência mostra que a participação nas redes globais de valor é associada a um maior nível de produtividade e renda” diz o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo. Os países com ambiente mais favorável aos negócios e tarifas menos elevadas participam mais nas redes de valor. Políticas comerciais também têm papel na facilitação da participação nessas redes. Obstáculos incluem infraestrutura e barreiras alfandegárias, afirma a OMC.

Metade das exportações totais de países em desenvolvimento, em valor agregado, é agora efetuada no âmbito de redes globais de valor. A parte do comércio entre países em desenvolvimento baseado nessas redes quadruplicou em 25 anos.

Para a OMC, países que participam de redes globais de valor registram também taxas de crescimento mais elevadas. No entanto, a integração nas redes gera também riscos. Pode facilitar a industrialização, mas a vantagem competitiva pode tornar-se efêmera, aumentando a vulnerabilidade ao deslocamento de empresas.

A segunda grande tendência no comércio mundial é a maior participação dos países em desenvolvimento, que aumentou de 33% para 48% do total entre 2000 e 2012. Outra tendência é o preço mais elevado de recursos agrícolas e naturais. A fatia de mercado dos emergentes nas exportações agrícolas globais cresceu de 27% para 36% em 11 anos, apesar de importantes barreiras e subsídios que afetam as vendas em vários mercados.

Cadeias globais de valor: o caso do Brasil

Você pode ler mais artigos sobre comércio exterior no blog da Intradebook.

Fonte: Valor Econômico e ICTSD.

Imagem: ICTSD

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