Brasil: barreiras para exportação
As exportações brasileiras e as barreiras para exportação
Todos os países do mundo exportaram US$18,5 trilhões em 2015 e o Brasil exportou US$191,1 bilhões, ou o equivalente a 1,03% do comércio mundial.
O Brasil é a 9ª economia do mundo, mas fica em 23º lugar entre os países exportadores.
O Brasil tem mais de 10 milhões de empresas, mas somente 23.548 conseguiram exportar em 2015, o equivalente próximo de 0,23%.
Com tantas oportunidades que vemos no mundo, por que o Brasil participa tão pouco do comércio mundial? Somos um país reconhecidamente de empreendedores que vencem dificuldades diárias para empreender e por que não temos o mesmo ímpeto para empreender globalmente?
Muitas são as respostas padronizadas e fáceis, como culpar a taxa de câmbio ou culpar o “custo Brasil”. Estes fatores tem alguma relevância, sem dúvida, mas, isto não é verdade quando vemos a série contínua da pouca representatividade do Brasil no comércio mundial.
Podemos, então, analisar quais os principais fatores que atrapalham ou impedem a veia global dos empreendedores brasileiros? Podemos. E podemos concentrar estas dificuldades em três grandes barreiras para exportação a serem vencidas.
As barreiras para exportação
A começar pela terceira barreira que é a falta de maior uso da logística como um fator de venda. Não basta a empresa vender. Ela tem que saber entregar e entregar onde o seu cliente deseja receber. O mundo globalizado está preferindo receber o que compra na porta de sua loja ou depósito e não mais na fábrica do vendedor. Temos que aprender e nos acostumar a explorar a logística do “door-to-door”.
A segunda barreira é da informação de saber quando e onde o empreendedor pode buscar seus potenciais clientes. O mundo trabalha permanentemente na função oferta-procura, porque os países nunca produzem tudo que consomem. A “lei das vantagens comparativas” também mostra que alguns países são bem melhores – e com menores custos – em produzir uma mercadoria do que outros. Portanto, o empresário tem que saber como buscar esta informação. E o governo brasileiro é falho em buscar esta informação para suprir seus empresários, até porque com onze órgãos trabalhando no mesmo campo evidentemente a coordenação é a primeira vítima!
A primeira barreira, e mais importante, é o desconhecimento de rotinas e procedimentos de comércio internacional, desde o cálculo dos preços e a emissão da Profoma Invoice, até a entrega no destino final. É uma fase de procedimentos com muitas ações de comércio e logística internacional, ações fiscais e contábeis e ações econômicas e financeiras. Nada que seja tão complicado que seja impeditivo, mas precisa de um conhecimento e orientação mínima para que a operação evite erros que poderiam ser previstos. Neste sentido é bom o empresário seguir um roteiro, que pode ser obtido em sites do SEBRAE, Banco do Brasil, APEX e outras instituições, por exemplo, ou, utilizar plataformas de negócios internacionais como a da Intradebook.
Alfredo Kleper Lavor
Economista, especialista em comércio internacional.
Ótimo Alfredo. Obviamente è para relevar a falta de atitude e o “curtoprazismo” de muitos empresários. Justamente você fez menção ao “culpar a taxa de câmbio ou culpar o “custo Breirasrasil”, entre outras barreiras. Sds.
Exatamente, Nicola.